Tecnologia transforma resíduos em lucro
Mais um grande projeto com uso da tecnologia da O3R está sendo desenvolvido: a O3R é empresa parceira da Brastax, e o projeto “Tecnologia de saneamento com microalgas”, foi selecionado no Edital Senai Sesi de Inovação.
O Edital Senai Sesi de Inovação tem como objetivo custear projetos de inovação tecnológica que contemplem as áreas de saúde, segurança, qualidade de vida, educação e cultura, por meio de produtos, processos e serviços. 23 projetos foram aprovados, sendo seis de Santa Catarina e o projeto da O3R/ Brastax receberá aporte financeiro para concluir todo o desenvolvimento do projeto de produção de microalga em efluente de abatedouro aviário e sua aplicação como aditivo alimentar na própria cadeia produtiva.
O projeto prevê que as atividades iniciem-se em março de 2015 com duração até novembro de 2016. Nossa equipe já está alinhando os detalhes técnicos para execução do projeto.
Já falamos aqui no blog deste projeto, mas vale a pena relembrar este importante recurso sustentável para transformar resíduos em lucro.
A ideia principal do projeto é evitar desperdícios na cadeia produtiva aviária: o sistema coleta o efluente de aviários e transforma em composto de alto valor
O processo proposto inova nos métodos de saneamento, onde a tecnologia de ozônio é fundamental, garantindo a purificação do efluente, além de gerar economia de água. A microalga é inserida para crescer e transformar o efluente e possui duplo benefício: além de sanear o efluente gerado, serve como um aditivo natural para a alimentação de novos frangos.
O sistema patenteado garante o saneamento do efluente e a geração simultânea de um composto de alto valor agregado, a biomassa de microalga, rica em astaxantina, descrito por muitos como “carotenóide rei” e antioxidante mais poderoso da natureza.
A IMPORTÂNCIA DO OZÔNIO
Um grande desafio deste projeto se encontra no início do processo, pois a microalga Haematococcus pluvialis não apresenta eficiência competidora em relação aos outros organismos presentes, sendo necessária a esterilização do efluente antes da introdução da microalga no meio. Além disso, a biomassa a ser produzida possui fins alimentícios, necessitando um controle microbiológico rígido.
A tecnologia O3R é uma etapa importante controle microbiológico, e é capaz de eliminar flora competitiva, diminuir a carga de compostos indesejáveis ao cultivo, tornando o meio adequado para o desenvolvimento da microalga, além de clarificar o meio, aumentando a permeação de luz e consequentemente a eficiência energética do sistema, que tem como base a luz solar.
A microalga Haematococcus pluvialis utiliza os nutrientes presentes no próprio efluente para se desenvolver, os mesmos considerados nocivos para o meio ambiente. Dessa forma, as microalgas se multiplicam no efluente, removendo quase na totalidade as cargas de nitrogênio, fósforo e ferro no efluente, além de reduzir a DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio).
Após o tratamento, a água apresenta características satisfatórias para o reuso em processos industriais do próprio abatedouro, reduzindo o uso de água potável e o despejo de efluente em corpos d’água, um recurso cada vez mais escasso atualmente.
Além disso, o composto produzido será utilizado como aditivo natural na alimentação de novos frangos, o que melhora as características sensoriais e nutricionais da carne, além de trazer benefícios diretos aos seus consumidores, especialmente pelo potencial, antioxidante, antiinflamatório, entre outros.
A inovação possui forte apelo ambiental, onde o abatedouro estará promovendo a sustentabilidade e reduzindo os ricos à saúde pública, podendo ser reconhecido pela adoção de práticas sustentáveis, e até mesmo buscar certificações ambientais que comprovem a sua responsabilidade. Boas práticas ambientais são pré-requisito para exportar para muitos mercados.