Durante a última década, muitas formulações ozonizadas foram introduzidas como anti-sépticos alternativos, entre estas pode-se citar os óleos ozonizados, obtidos a partir da reação química entre o ozônio e os ácidos graxos insaturados de óleos vegetais. Neste artigo trouxemos um estudo sobre os óleos ozonizados, aplicações terapêuticas e benefícios obtidos.
Martínez-Sanchez et al. (2012) designaram seu estudo a uma revisão das principais e gerais aplicações clínicas dos óleos ozonizados vistos na literatura científica entre 1859-2011. Durante a revisão, verificaram o fato de que a resistência a antibióticos está se tornando mais frequente e a aceleração da gravidade de infecções em pacientes imunodeprimidos. A prevalência de infecções ao nível global está elevada e podem escapar do controle de antibióticos convencionais.
Os autores relataram que o ozônio, a água e o óleo ozonizado têm um amplo espectro germicida, mas permanecem desconhecidos para grande parte dos profissionais de saúde. Os óleos ozonizados encontram várias aplicações em infecções de pele, vários tipos dermatite, infecções vaginais e processos infecciosos estomatológicos, entre outros, como no tratamento da radiodermatite secundária à radioterapia de câncer.
Ainda, citaram o processo de ozonização e o processo industrial do produto, que deve ter um controle de certas variáveis, entre elas: o tipo de gerador de ozônio (forma, materiais com os quais é construído, tipo de borbulhador, tipo de agitador, entre outros) e condições de reação (tempo de reação, presença de água ou catalisadores, temperatura, vazão e concentração de ozônio, velocidade de agitação, entre outros). O controle da qualidade do óleo durante o processo de produção e a do produto final é realizado através de testes físico-químicos para a garantia de um produto de qualidade homogênea e farmacêutica confiável.
Os diferentes substratos passíveis de ozonização são os óleos vegetais (oliva, girassol, coco, cacau, abacate, amêndoa, palma, gergelim, jojoba entre outros) os óleos essenciais ou seus componentes (geraniol, linalol, canfeno, farnesol, entre outros) e o óleo de fígado animal. Destes, o óleo de girassol e o de oliva ozonizados, são os mais utilizados por terem um maior número de estudos que suportam suas aplicações médicas.
Os autores também descreveram os métodos de preparo dos óleos ozonizados (que devem ser armazenados em vidro âmbar e refrigerados para manter sua estabilidade), a estabilidade dos óleos vegetais ozonizados (que depende do processo de oxidação, ambiente e armazenamento), o mecanismo de ação de óleos ozonizados (que demonstrou envolver não apenas ozonídeos, mas também outros componentes dos óleos) e suas aplicações em vários casos médicos.
Óleos ozonizados e aplicações terapêuticas – Conclusão
Em seu estudo, os autores concluíram que o uso de óleos ozonizados em doenças infecciosas tem inúmeras vantagens sobre as terapias convencionais. Como resultado, eles são mais acessíveis, têm efeitos semelhantes ou superiores aos antibióticos tradicionais, possuem amplo espectro antimicrobiano e baixa taxa de eventos adversos.
Além disso, os produtos da oxidação lipídica gerados após a reação do ozônio com os ácidos graxos produzem compostos com atividade germicida, estimulam o sistema imunológico e promovem a reparação tecidual. Além disso, a estabilidade das preparações ozonizadas permite o desenvolvimento de formulações padronizadas para uso clínico.
MARTÍNEZ-SÁNCHEZ, G. et al. Las aplicaciones médicas de los aceites ozonizados, actualización. Revista Española de Ozonoterapia, Madrid, v.2, n.1, p.121-139, 2012.