Atividade Antimicrobiana dos Óleos Ozonizados

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A atividade antimicrobiana dos óleos ozonizados é amplamente comprovada em um vasto grupo de microrganismos, incluindo bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, bem como vírus, esporos de fungos e células vegetativas.

Travagli et al. (2009) explicam que o possível mecanismo pelo qual os óleos vegetais ozonizados apresentam ação antibacteriana é a oxidação de microorganismos por meio de uma liberação lenta de peróxidos. Entretanto Skalska et al. (2009); Kumar et al. (2016) indicam que a atividade antimicrobiana do ozônio também é atribuída à sua capacidade de destruir muitas das estruturas enzimáticas dos microrganismos. Segundo os autores, cada microrganismo possui sensibilidade específica ao ozônio, assim, as bactérias são mais sensíveis que leveduras e fungos.

Lezcano et al. (1998) estudaram a atividade antimicrobiana dos óleos ozonizados contra isolados clínicos de Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Pseudomonas aeruginosa e Escherichia coli, bem como contra as cepas padrão Staphylococcus aureusATCC 29213, Pseudomonas aerugincher ATCC 29229.  Neste estudo foram utilizadas 20 cepas de Streptococcus pyogenes -hemolíticas pertencentes ao Grupo A de Lancefield, 21 de Staphylococcus aureus, 15 de Pseudomonas aeruginosa e 10 de Escherichia coli, todos isolados clínicos recentes, realizados no Hospital Militar C.J. Além disso, as cepas padrão Staphylococcus aureus ATCC 29213, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 e Escherichia coli ATCC 25922. Foi utilizado óleo de girassol ozonizado com um índice de peróxido de 655 meq/kg.

Nos ensaios clínicos e nas linhagens padrão, não foram encontradas diferenças significativas (p<0,05) entre os CIMs para todas as espécies estudadas. Em relação aos resultados bactericidas, foram semelhantes para todas as linhagens analisadas sem distinção entre espécies e sem diferenças significativas (p<0,05) entre linhagens padrão e isolados clínicos. Os autores concluíram que o óleo ozonizado se comporta como agente bactericida, capaz de produzir morte microbiana para as cepas analisadas neste trabalho, com CIM na faixa de 237 a 475 mg/mL.

Sechi et al. (2001) avaliaram a atividade do óleo de girassol ozonizado (Oleozon) contra diferentes bactérias, tais como Micobactérias, Estafilococos, Estreptococos, Enterococos, Gram-positivas e Gram-negativas resistentes a múltiplos medicamentos e isoladas de diferentes locais. O óleo de girassol foi ozonizado no Centro de Investigações do Ozônio (CENIC, Havana, Cuba) por um gerador de ozônio, Aqozo Industrial Ozonizer (Centro de Pesquisa sobre Ozônio, Cuba).

A amostra da pesquisa foi composta por diferentes cepas de ATCC, entre elas: Staphylococcus aureus ATCC 29213, Escherichia coli ATCC 25922, e Mycobacterium tuberculosis H37Rv. E também por cepas de bactérias isoladas de diferentes locais provenientes de pacientes (amostras clínicas). Para a avaliação in vitro as Concentrações Inibitórias Mínimas (CIMs) foram determinadas pelo método de diluição em ágar. No estudo a CIM foi definida como a menor concentração de Oleozon inibindo o crescimento bacteriano visível após a incubação por 20 horas à 37°C. O resultado obtido pelo estudo foi que o óleo de girassol ozonizado apresentou atividade antimicrobiana contra todas as cepas analisadas, com uma CIM variando de 1,18 a 9,5mg ml-1. Os autores concluíram que os resultados obtidos devem levar à criação de alguns ensaios clínicos para comparar a eficácia do óleo de girassol ozonizado com outros agentes antimicrobianos. A ampla disponibilidade de óleo de girassol e o baixo custo faz do óleo ozonizado um agente antimicrobiano competitivo.

Skalska et al. (2009) objetivaram estabelecer a concentração mínima de inibição (CIM) do óleo ozonizado para vários microorganismos como Bacillus subtilis, Escherichia coli e Candida albicans. Inicialmente, cinco óleos vegetais diferentes (óleo de oliva, óleo de girassol, óleo de colza, óleo de milho e óleo de semente de uva) foram ozonizados e suas propriedades, como número de iodo, valor de peróxido, valor de acidez e viscosidade, foram comparadas. Posteriormente, um óleo vegetal escolhido (óleo de girassol ozonizado) foi submetido a estudos microbiológicos adicionais.

Os resultados sugerem que os microrganismos têm diversificada sensibilidade ao óleo de girassol ozonizado. A bactéria Gram-positiva B. subtilis mostrou-se a menos resistente e as bactérias gram-negativas E. coli e levedura C. albicans foram mais resistentes ao óleo de girassol ozonizado do que B. subtilis. Isso poderia sugerir que o óleo de girassol ozonizado, semelhante ao ozônio gasoso, age mais forte nas bactérias gram positivas do que nas bactérias gram-negativas e fungos e isso está relacionado à estrutura da parede celular, porém nem todas as bactérias gram-positivas são mais sensíveis aos óleos ozonizados do que as gram-negativas. Isso sugere que o mecanismo de ação biocida dos óleos ozonizados pode ser mais complexo. Para óleos de girassol ozonizados com altos valores de número de peróxidos (mais de 630 miliequivalentes / kg) foi obtido 100% de inibição do crescimento dos microrganismos estudados. 

Atividade antimicrobiana dos óleos ozonizados

Os óleos vegetais ozonizados apresentam vantagem significativa sobre o ozônio gasoso e a água ozonizada, pois são fáceis de fabricar e de serem preservados, podem ser utilizados pelo próprio paciente e sua consistência gelificada facilita a aplicação local. Além disso, a fim de fornecer a eficácia necessária da terapia tópica para a cicatrização de feridas, é importante aplicar óleo ozonizado com a dose de ozônio que excede a dose mínima para o patógeno específico.

KUMAR, T. et al. Efficacy of ozonized olive oil in the management of oral lesions and conditions: A clinical trial. Contemp Clin Dent., Mumbai, v.7, n.1, p.51-54, 2016.

LEZCANO, I. et al. Actividad in vitro del OLEOZON frente a agentes etiológicos de infecciones en la piel. Rev. CENIC ciencias biol., Havana, v.29, n.3, p.207-214, 1998.

SECHI, L. A. et al. Antibacterial activity of ozonized sunflower oil (Oleozon). J Appl Microbiol Biochem., Wilmington, v.90, n.2, p.279-284, 2001.

SKALSKA, K. et al. Germicidal Properties of Ozonated Sunflower Oil. Ozone Sci Eng., Chelsea, v.31, n.3, p.232-237, 2009.

TRAVAGLI, V. et al. Ozone and ozonated oils in skin diseases: a review. Mediators Inflamm., Oxford, v.3, n.1, p.1-9, 2010.

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