Artigo científico: Efeito antimicrobiano da água ozonizada em bactérias que invadem os túbulos dentinários

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Os túbulos dentinários são canais estreitos presentes na dentina, que se ramificam intensamente próximo da junção entre dentina e esmalte. Durante o tratamento endodôntico a presença e persistência de bactérias alojadas no interior destes túbulos constitui um fator desfavorável ao sucesso do tratamento. Para eliminar essa presença de microrganismos, a água ozonizada e seu efeito antimicrobiano nos túbulos dentinários, passa a ser uma possibilidade.     

Como são micro-canalículos, não são atingidos pelos instrumentos rotatórios e mecânicos, e sua limpeza depende diretamente da irrigação abundante e da utilização de substâncias químicas auxiliares com potencial antimicrobiano eficiente e biocompatíveis com os tecidos periapicais.

Nagayoshi et al. (2004) preparam modelos de infecção in vitro do canal radicular e examinaram a eficácia antimicrobiana da água ozonizada contra microorganismos orais que invadem os túbulos dentinários radiculares. Os autores ainda avaliaram a citotoxicidade da água ozonizada contra células de mamíferos.

A amostra do estudo foi composta pelas bactérias Enterococcus faecalis ATCC 29212 e Streptococcus mutans Ingbritt que foram cultivadas em caldo de infusão cérebro-coração (BHI) a 37 ° C por 18 h em uma atmosfera de 5% de CO2 no ar. O modelo in vitro para a infecção dos túbulos dentinários do canal radicular foi preparado utilizando incisivos bovinos recém-extraídos que foram submetidos a um processo de desinfecção inicial para posterior infecção e cultura, com as bactérias E. faecalis e S. mutans, testadas no estudo.

O canal de cada amostra foi irrigado por lavagem durante 10 minutos com as seguintes soluções: 4 mg / L de água ozonizada (O3aq), 4 mg / L de O3aq com ultrassom e água destilada (DW). Além disso, uma amostra não foi irrigada para fins de controle positivo, enquanto outra foi irrigada com NaOCl a 2,5% por 2 minutos para controle negativo. Para remover o excesso de solução de irrigação, a sucção foi utilizada. Após cada irrigação, as amostras foram secas com gaze estéril e a superfície pulpar do bloco de dentina foi raspada com uma broca redonda estéril ISO 024 em baixa velocidade.

Os resultados mostraram que após a irrigação com água ozonizada, a viabilidade de E. faecalis e S. mutans invadindo os túbulos dentinários diminuiu significativamente. Notavelmente, quando a amostra foi irrigada utilizando o ultrassom, a água ozonizada tinha quase a mesma atividade antimicrobiana que o hipoclorito de sódio a 2,5% (NaOCl).

Com relação a citotoxicidade contra fibroblastos de camundongos L-929 entre água ozonizada e NaOCl, a atividade metabólica dos fibroblastos foi alta quando as células foram tratadas com água ozonizada, enquanto a atividade dos fibroblastos diminuiu significativamente quando as células foram tratadas com NaOCl a 2,5%.

Esses resultados sugerem que a aplicação de água ozonizada e, seu efeito antimicrobiano em túbulos dentinários, pode ser útil para terapia endodôntica. 

NAGAYOSHI, M. et al. Antimicrobial effect of ozonated water on bacteria invading dentinal tubules. J. endod., Baltimore, v.30, n.11, p. 778-781, Nov. 2004.

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