Ozonioterapia na Medicina e Odontologia
Nogales et al. (2008) abordaram em seu estudo aspectos gerais e fundamentos, assim como a incorporação da ozonioterapia na prática odontológica. Por meio de uma revisão de literatura, relataram a breve história do ozônio, com a descoberta de Christian Friedrich Schönbein (considerado o pai do ozônio terapia em 1840) e Edward Fisch (primeiro dentista para usar ozônio em 1950).
O ozônio é constituído por três átomos de oxigênio, ou seja é o oxigênio triatômico (O3), uma forma energética mais alta que o oxigênio molecular (O2).
Em relação as contra-indicações da ozonioterapia, os autores citam as gestantes, portadores de favismo, hipertireoidismo, anemia grave, miastenia grave e hemorragia ativa.
Sobre a toxicidade do gás, explanam que a inalação de ozônio pode ser tóxica para o sistema pulmonar e outros órgãos. Os efeitos colaterais conhecidos são epífora e irritação das vias aéreas superiores, rinite, tosse, dor de cabeça, náusea ocasional e vômito. No entanto, as complicações causadas pela terapia com ozônio são raras em 0,0007 por aplicação.
Devido ao poder altamente oxidativo do ozônio, todos os materiais que entram em contato com o gás devem ser resistentes ao ozônio, como vidro, silício e Teflon.
Atualmente, os métodos de administração de ozônio medicinal se fundamentam na auto-hemoterapia maior. No entanto, para aplicações específicas, também são utilizadas outras técnicas como a auto-hemoterapia menor. Essa técnica é indicada para tratar alergias, acne, furunculose e terapia adjuvante do câncer. Além disso, a insuflação via retal é outra técnica utilizada, sendo indicada para tratar distúrbios circulatórios arteriais, imunoativação, terapia adjuvante do câncer, hepatite A, B e C. Esses métodos são altamente eficazes, pois promovem a ativação do metabolismo e de células.
Na odontologia, relataram aplicabilidade nas áreas de prótese dentária com a redução do número de C. albicans em bases de próteses, dentística e cardiologia, relatando o tratamento da cárie dentária com a redução de microorganismos presentes nas lesões; na endodontia com efeito antimicrobiano; estomatologia, periodontia e cirurgia no combate à doenças e infecções oportunistas, como na melhora da cicatrização dos tecidos em procedimentos operatórios.
Em resumo, os autores finalizaram, concluindo que o estudo da Ozonioterapia deve focar na criação de parâmetros bem definidos de acordo com ensaios clínicos randomizados para indicações e orientações bem delimitadas no tratamento de patologias médicas e odontológicas. E que a Ozonioterapia na medicina e odontologia apresenta um potencial para um tratamento atraumático de base biológica para condições encontradas na prática clínica.
NOGALES, C.G. et al. Ozone therapy in medicine and dentistry. J Contemp Dent Pract.,Cincinnati, v.9, n.4, p.1-9, 2008.