Você sabe o que é o ozônio?
Provavelmente você já tenha ouvido falar sobre a molécula de ozônio. Seja devido à camada de ozônio na estratosfera ou devido às suas propriedades terapêuticas, o ozônio é uma substância amplamente conhecida no mundo todo.
Mas, o que é o ozônio? É uma molécula gasosa natural composta por três átomos de oxigênio, sendo conhecida também como oxigênio triatômico (O3). Sua designação “ozônio” deriva da palavra grega “ozein”, que significa cheiro, devido ao odor característico que possui. Em condições ambientes, o gás é incolor e instável, apresentando uma meia-vida curta. (Ekta, 2011).
A formação do O3 na natureza está em equilíbrio dinâmico com sua destruição natural, que ocorre por meio de diversas reações, incluindo na camada de ozônio através das radiações ultravioleta e infravermelha (Mustafa, 1990).
O ozônio exibe três características principais: é oxidante, reativo e instável. Sua propriedade oxidante faz com que atue roubando ou recebendo elétrons de outras moléculas. O potencial de oxidação da molécula de O3 é de 2,7 mV, tornando-o o terceiro maior oxidante natural do planeta. Essa característica é fundamental para sua eficácia como agente antimicrobiano.
A reatividade do ozônio permite que ele reaja facilmente com outras moléculas no meio, gerando novos subprodutos e exercendo ampla ação biológica. Sua instabilidade e geometria molecular resulta em um curto tempo de meia-vida, fazendo com que a molécula retorne rapidamente ao estado de oxigênio molecular (O2).
O ozônio medicinal administrado de forma terapêutica, é composto por uma mistura gasosa de oxigênio (95% a 99,95%) e ozônio (0,05% a 5%) em diferentes proporções. Além disso, o O3 com finalidade terapêutica é produzido por geradores de ozônio medicinal, utilizando um sistema de descarga corona. Nesse processo, as moléculas de oxigênio passam por uma célula de alta tensão, sofrendo uma descarga energética que resulta na formação de moléculas de O3. A sua produção é controlada por diversos fatores como voltagem, espaço entre eletrodos, temperatura e fluxo de oxigênio.
A Ozonioterapia, caracterizada pela administração da mistura oxigênio e ozônio dentro de uma janela de concentração específica, é uma prática complementar e multidisciplinar, cuja efetividade está diretamente relacionada a precisão e qualidade de gás produzido pelo equipamento.
Considerado um potente estimulador das células humanas e animais, ao ser administrado, ele pode induzir a ativação de segundos mensageiros em cascata, desencadeando múltiplas ações locais e sistêmicas e reorganizando as vias bioquímicas (Re et al., 2008).
Não invasiva, não farmacológica e com poucas contraindicações, a Ozonioterapia busca agregar valor aos tratamentos estabelecidos, oferecendo uma nova opção terapêutica e promovendo melhor qualidade de vida aos pacientes.
Referências:
ELVIS, AM; EKTA, JS Ozonoterapia: Uma revisão clínica. Revista de ciências naturais, biologia e medicina , v. 1, pág. 66, 2011.
MUSTAFA, Mohamad G. Bases bioquímicas da toxicidade do ozônio. Biologia e Medicina dos Radicais Livres , v. 3, pág. 245-265, 1990.
RE, Lamberto et al. Terapia com ozono: evidências clínicas e básicas do seu potencial terapêutico. Arquivos de pesquisa médica , v. 39, n. 1, pág. 17-26, 2008.