Ozonioterapia no Combate à Perimplantite: Entenda o Potencial Clínico e o Protocolo Passo a Passo
A perimplantite é uma condição inflamatória complexa que afeta os tecidos ao redor dos implantes dentários. Trata-se de uma complicação multifatorial, cuja etiologia ainda é amplamente debatida na literatura científica.
O desequilíbrio do pH, a redução do oxigênio no sulco perimplantar e a perda óssea criam um ambiente favorável à proliferação bacteriana — dificultando a regeneração tecidual e comprometendo a re-osseointegração.
Neste cenário, a ozonioterapia surge como uma ferramenta terapêutica complementar, capaz de atuar na descontaminação local e no equilíbrio biológico do tecido peri-implantar.
O que é a Perimplantite?
A perimplantite é uma inflamação crônica dos tecidos que envolvem o implante dentário. Quando não tratada adequadamente, pode levar à perda óssea progressiva e até à falha do implante.
Entre as principais causas e fatores associados estão:
- Biofilme bacteriano persistente;
- Higiene oral inadequada;
- Desequilíbrios metabólicos (como diabetes);
- Alterações no pH e oxigenação local;
- Sobrecarga oclusal e tabagismo.
As abordagens convencionais geralmente visam apenas controlar a progressão da doença, apresentando resultados limitados na regeneração tecidual.
Ozonioterapia na Odontologia: uma Abordagem Promissora
O ozônio (O₃), uma forma alotrópica do oxigênio, tem se destacado por sua ação antimicrobiana seletiva e capacidade de modular o ambiente redox.
Estudos demonstram que o ozônio gasoso é eficaz na redução de bactérias aderentes em superfícies de titânio e zircônia, materiais comumente utilizados em implantes dentários — sem comprometer a adesão de osteoblastos.
Essa seletividade favorece a regeneração tecidual e o processo de re-osseointegração, tornando a ozonioterapia uma aliada valiosa em casos de perimplantite.
Além disso, a associação com substitutos ósseos à base de vidro bioativo potencializa o efeito osteoestimulante, promovendo quimiotaxia de osteoblastos e acelerando o reparo ósseo.
Protocolo Clínico com Ozonioterapia na Perimplantite
A eficácia do tratamento depende de um protocolo clínico padronizado e da correta aplicação dos métodos. Abaixo, apresentamos um modelo estruturado com base em evidências científicas:
1. Bochecho com Água Ozonizada (Pré-Procedimento)
O paciente realiza um bochecho com água ozonizada antes do início do procedimento.
👉 Finalidade: reduzir a carga microbiana inicial na cavidade oral.
2. Aplicação de Gás Ozônio em Baixa Concentração
Após anestesia local, o ozônio gasoso em baixa concentração é aplicado nas superfícies vestibular e palatina/lingual dos implantes afetados.
👉 Objetivo: desinfecção superficial e preparação dos tecidos.
3. Uso de Óleo de Girassol Ozonizado
O óleo ozonizado é aplicado diretamente no sulco perimplantar, promovendo liberação prolongada de ozônio e metabólitos.
👉 Benefício: efeito antimicrobiano duradouro e modulação inflamatória.
4. Descolamento e Irrigação Contínua
Com instrumento plástico, realiza-se o descolamento do tecido de granulação, mantendo irrigação constante com água ozonizada.
👉 Resultado: remoção mecânica e química eficaz do biofilme bacteriano.
5. Remoção do Tecido de Granulação
Com cureta metálica, o tecido é removido cuidadosamente até o osso perimplantar.
👉 A irrigação com água ozonizada continua durante todo o processo.
6. Aplicação de Gás Ozônio em Alta Concentração
Aplica-se o ozônio em alta concentração no sulco perimplantar por 30 segundos na mesial e 30 segundos na distal.
👉 Efeito: eliminação de microrganismos residuais e estímulo à regeneração tecidual.
7. Lavagem Final com Água Ozonizada
Uma lavagem final remove resíduos e otimiza a desinfecção.
👉 Passo essencial para garantir um ambiente limpo antes da enxertia.
8. Enxertia com Vidro Bioativo em Gel
Por fim, realiza-se a enxertia óssea com vidro bioativo em gel (como Nova Bone), favorecendo a osteogênese e a re-osseointegração do implante.
Conclusão
A ozonioterapia aplicada à perimplantite representa um avanço significativo na odontologia integrativa.
Quando associada a protocolos bem definidos e profissionais capacitados, essa abordagem pode:
✅ Reduzir a biocarga microbiana;
✅ Favorecer a regeneração tecidual;
✅ Melhorar o prognóstico dos implantes dentários.
Embora não substitua o padrão de cuidado convencional, o ozônio medicinal é um importante complemento terapêutico para promover resultados mais previsíveis e seguros na prática clínica odontológica.
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