A Ozonioterapia é uma terapêutica não farmacológica, age estimulando o organismo por um choque terapêutico, capaz de restaurar a homeostase, através de stress oxidativo agudo transitório. A dose terapêutica deve ser calculada de acordo com uma dose judiciosa, que é capaz de extrair diversas respostas biológicas e possivelmente pode reverter um stress oxidativo crônico devido ao envelhecimento, infecções crônicas, diabetes, arterosclerose, processos degenerativos e câncer. Já na medicina veterinária as principais indicações da ozonioterapia são nas lesões e feridas na pele, inflamações e cicatrização.
Concentrações muito baixas são praticamente inúteis e concentrações muito altas podem causar um efeito negativo (fadiga) então elas devem estar no limiar para causar um stress oxidativo agudo, absolutamente transitório, capaz de engatilhar efeitos biológicos, porém sem toxicidade.
Em medicina veterinária, as principais indicações da Ozonioterapia são:
- Hérnia de disco, Lombalgias, espondilose, inflamação de raíz nervosa:
O ozônio possui efeitos analgésicos e anti-inflamatórios, pois inibe a síntese de prostaglandinas pró-inflamatórias, liberação de bradicininas e compostos algogênicos. O ozônio também aumenta a liberação de antagonistas para citocinas pró-inflamatórias.
O ozônio não só atenua a compressão da raiz do nervo reduzindo o tamanho do disco, mas também ajuda a reduzir a estase venosa causada pela compressão de vasos e, portanto, melhora a microcirculação e o fornecimento de oxigênio. Isso reduz a dor associada à hipóxia neuronal.
Pode ser utilizado no tratamento de hérnia de disco, alterações da coluna vertebral, como lombalgias, espondilose (bico de papagaio) e inflamação de raíz nervosa.
- Dermatopatias (doenças de pele):
O gás ozônio pode ser aplicado topicamente para tratamento de dermatopatias. No uso tópico, pode-se utilizar o gás contido em uma bolsa, água ozonizada ou óleo ozonizado.
Quando utilizado em concentrações altas, o gás ozônio tem ação antimicrobiana de amplo espectro, podendo ser útil em infecções diversas e resistentes. A ação antimicrobiana é direta, com efeito oxidante sobre a membrana do microrganismo, tendo ação sobre bactérias, vírus, fungos e protozoário.
Além disso, o ozônio pode ser utilizado em baixas concentrações, que é um bioestimulante e favorece a cicatrização.
Devido as estas características, a Ozonioterapia é indicada para dermatopatias diversas como furunculoses, piodermites profundas e superficiais, feridas infectadas, doenças fúngicas e cicatrização de feridas.
- Patologias infecciosas e processos sépticos:
Apesar do ozônio ser um dos mais potentes antimicrobianos (uso tópico), quando aplicado sistemicamente no organismo, não pode inativar bactérias, vírus e fungos in vivo, porque, paradoxalmente, os patógenos estão bem protegidos, particularmente dentro das células, pelo potente sistema antioxidante. Ocorre que o ozônio age como um estimulador do sistema imune, pela ativação de neutrófilos e estimulando a síntese de algumas mensageiros especiais chamados citocinas (mediadores importantes como interferons ou interleucinas). Estes informam outras células imunes, provocando uma cadeia de mudanças positivas no sistema imune, que se torna mais capaz de resistir a doenças.
Portanto, a liberação de citocinas se produz de forma endógena, efeito interessante para o controle de viroses crônicas.
Isto significa que a aplicação do ozônio medicinal é extremamente útil para a ativação imunológica em animais com um status imune baixo e/ou imunodeficientes, podendo ser útil em processos sépticos diversos, infecções urinárias, vírus da imunodeficiência felina, processos infecciosos no sistema reprodutivo (bovinos e equinos), metritis e endometritis, mastites entre outras.
É importante salientar que o tratamento pode ser complementar aos tratamentos existentes, melhorando a resposta terapêutica e bem estar.
- Tratamento adjuvante em câncer:
O câncer é uma doença complexa caracterizada pelo aparecimentos de modificações permanentes no material genético das células. Dr. Otto Warburg (1931 – 1944) propôs a ligação entre o oxigênio e o câncer. Segundo o Dr. Warburg, o tratamento do câncer é inútil sem corrigir a privação de oxigénio. Em média, 60% de privação de oxigênio em uma célula causará estresse, levando a distúrbios na oxidação / redução e divisão celular descontrolada.
A hipoxia é uma característica das células tumorais (privação de oxigênio) é um mecanismo bem reconhecido para resistência das células neoplásicas a drogas anticâncer e radioterapia.
Assim, na abordagem integrada para o tratamento do câncer, a Ozonioterapia tem um papel muito importante e decisivo para a manutenção da alta qualidade de vida e saúde. O tratamento auxilia no combate às células cancerígenas, que dependem de um ambiente com pouco oxigênio para sobreviver. Também é capaz de atenuar um dos efeitos colaterais mais graves da quimioterapia, a perda de imunidade, que pode levar o paciente a sucumbir por outras doenças.
É importante salientar que a Ozonioterapia pode ser utilizada no tratamento COMPLEMENTAR a terapia oncológica (e não substituir outros tratamentos), tendo como objetivo evitar, diminuir e controlar os efeitos negativos e as complicações geradas pelo tumor e pelo tratamento convencional.
IMPORTANTE: apesar do baixo custo e dos poucos efeitos colaterais, a Ozonioterapia deve ser indicada e realizada por profissionais treinados, capacitados e que tenham capacidade de avaliar a patologia de forma integral, podendo associar ou complementar os tratamentos propostos com outras técnicas.