Análise do efeito bactericida do Ozônio sobre bactérias multirresistentes

Análise do efeito bactericida do Ozônio sobre bactérias multirresistentes

Desde 1929, a resistência aos antimicrobianos tem sido relatada e documentada, estando relacionada ao uso indiscriminado destes medicamentos. Estudos recentes feitos na Europa mostraram que anualmente cerca de 4 milhões de pacientes são afetados por infecções hospitalares transmitidas por profissionais da saúde, com uma taxa de mortalidade de 1% (40.000 mortes/ano), e com um gasto anual de 10 bilhões de dólares. 

Sabe-se que o ozônio por ser um agente altamente oxidante, provoca a lise das membranas celulares, com consequente morte celular. Assim, atua oxidando materiais biológicos e tem poder bactericida mais rápido que o cloro. Já foi demonstrado que bastam poucos minutos de exposição ao gás para que fungos (e seus esporos), bactérias e vírus sejam inativados.

O poder bactericida do ozônio em bactérias multirresistentes

Neste contexto, o objetivo do estudo de Tormin et al. (2016) foi avaliar o poder bactericida do ozônio gasoso sobre as bactérias multirresistentes: Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii, Enterococcus faecalis resistentes à vancomicina e Pseudomonas aeruginosa.

Para a metodologia do estudo foram realizadas suspensões de Pseudomonas aeruginosa (Cepa Multirresistente), Staphylococcus aureus (ATCC 43300 MRSA), Enterococcus faecalis (ATCC 51299 VRE) e Acinetobacter baumannii (Cepa Multirresistente) contendo 108 UFC/ml de bactérias na escala de 0,5 McFarland e 500 ml de água estéril bidestilada gelada realizamos infusões de ozônio gasoso nas concentrações de 10 µg/ml, 4 µg/ml e 3 µg/ml, durante 2 e 4 minutos. Uma amostra de 1 ml da solução foi colhida e acondicionada em frascos de Hemobac trifásico. Os frascos foram incubados em estufa à 36ºC por 7 dias e feito leitura das colônias a cada 24 horas de incubação no período de 7 dias.

Entre os resultados obtidos, foi possível observar que após infusão por 4 minutos de ozônio gasoso na concentração de 10 µg/ml não houve crescimento bacteriano nas leituras de 48hs e após 7 dias. Já nas concentrações de 4 µg/ml e 3 µg/ml, observamos crescimento bacteriano, embora em menores concentrações, mostrando ação bactericida parcial.

Assim, os autores concluíram que o ozônio tem efeito bactericida sobre bactérias multirresistentes, sendo este efeito proporcional à concentração e ao tempo de exposição.

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Referência:

TORMIN, S. C. et al. Análise do efeito bactericida do ozônio sobre bactérias multirresistentes. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo, São Paulo, v.61, n.3, p.138-141, 2016.

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