Efeitos da Ozonioterapia no índice de estresse oxidativo e hemostático na Doença Arterial Coronariana

Efeitos da Ozonioterapia no índice de estresse oxidativo e hemostático na Doença Arterial Coronariana

As doenças cardiovasculares, incluindo as doenças arteriais coronarianas (DAC) e as doenças cerebrovasculares, são atualmente a principal causa de morte em todo o mundo, sendo responsáveis por 21,9% do total de mortes, e devem aumentar para 26,3% até 2030 (OMS, 2008). Os fatores que se aglutinam para aumentar o risco de desenvolver DAC aterosclerótica foram demonstrados e, subsequentemente, mostraram-se difundidos em todas as etnias e regiões em todo o mundo. Esses não são riscos novos, mas a onipresença do tabagismo, dislipidemia, obesidade, diabetes e hipertensão tem aumentado gradualmente (Gupta et al., 2008) e é considerada a influência motriz por trás da epidemia de doenças cardíacas enfrentada hoje (Franco et al., 2011).

Ozonioterapia e doenças arteriais 


O ozônio administrado em um intervalo de dose apropriado pode modular muitas vias bioquímicas com a ativação de segundos mensageiros. A evidência científica conectou a modulação de diferentes biomarcadores (por exemplo, enzimas antioxidantes, vias de óxido nítrico, 2,3-difosfoglicerato) como consequência da aplicação de baixas doses de ozônio. Esses fatos apoiam algumas das aplicações clínicas atuais do ozônio.

Em um modelo experimental, a insuflação retal (um método simples, fácil e barato de administrar ozônio) mostrou uma melhora sustentada na deformabilidade dos eritrócitos, sugerindo seus efeitos sistêmicos (Seda Artis et al., 2010) Martínez-Sanchez et al. (2012) realizaram um ensaio clínico randomizado controlado com o objetivo de investigar a eficácia terapêutica do ozônio em pacientes com DAC, tratados com terapia antitrombótica, Aspirinas e policosanol. Para a metodologia foram incluídos 53 pacientes divididos em dois grupos: um (n=27) tratado com terapia antitrombótica e outro (n=26) tratado com terapia antitrombótica mais insuflação retal de O3.


Um grupo paralelo (n = 50) pareado por idade e gênero foi usado como referência para as variáveis experimentais. A eficácia dos tratamentos foi avaliada pela comparação dos índices hemostáticos e marcadores bioquímicos de estresse oxidativo em ambos os grupos após 20 dias de tratamento.


O tratamento com ozônio melhorou significativamente (P<0,001) o tempo de protrombina quando comparado ao grupo de terapia antitrombótica apenas, sem modificar o tempo de sangramento. A terapia antitrombótica combinada O3 melhorou o status antioxidante dos pacientes, reduzindo biomarcadores de oxidação de proteínas e lipídios, aumentando o status antioxidante total e modulando o nível de superóxido dismutase e catalase com uma redução de 57% e 32% nas atividades de superóxido dismutase e catalase, respectivamente, movendo o ambiente redox para um estado de baixa produção de O2 com um aumento na desintoxicação de H2O2. Nenhum efeito colateral foi observado.


Em resumo, esses resultados mostram que o tratamento medicamentoso associado com a Ozonioterapia ser um tratamento complementar da DAC e suas complicações.

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Referência: 

Martínez-Sánchez G, Delgado-Roche L, Díaz-Batista A, Pérez-Davison G, Re L. Effects of ozone therapy on haemostatic and oxidative stress index in coronary artery disease. Eur J Pharmacol. 2012 Sep 15;691(1-3):156-62. doi: 10.1016/j.ejphar.2012.07.010.

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