A Ozonioterapia é uma abordagem terapêutica inovadora que utiliza uma mistura de gás ozônio (O₃) e oxigênio medicinal (O₂) para fins médicos. Reconhecida e muito estudada por suas propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e regenerativas, ela tem se destacado como uma terapia complementar eficaz em diversas áreas da saúde. Como destaca Bocci (2005), um dos maiores pesquisadores sobre a prática da Ozonioterapia, essa técnica oferece potencial único para diversas condições da saúde humana e animal.
O que é Ozonioterapia e como funciona?
A Ozonioterapia é um recurso não invasivo e não farmacológico que utiliza ozônio medicinal produzido a partir de oxigênio puro, em concentrações controladas de 0,05% a 5% de ozônio e 95% a 99,95% de oxigênio. Seu objetivo é complementar tratamentos convencionais, agregando valor ao manejo de diversas condições de saúde e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Principais formas de aplicação da Ozonioterapia
A aplicação da Ozonioterapia varia conforme a condição a ser tratada e pode incluir:
- 1. Injeções locais: Infiltrações intradérmicas ou submucosas, indicada para diversas finalidades, como em casos de dores musculares, articulares e em casos de artrite ou hérnia de disco (Borrelli et al., 2018).
2. Vias Sistêmicas: Envolvem aplicações a um nível mais abrangente do organismo, sendo indicada para condições inflamatórias crônicas, combate ao estresse oxidativo crônico e melhora da oxigenação celular sistêmica (Fioravanti et al., 2012).
3. Aplicações tópicas com gás, água ou óleos ozonizados: Usados no tratamento de feridas ou lesões cutâneas. Sechi et al. (2001) destacam seu papel no controle de infecções de pele e reparação tecidual.
Na odontologia, é utilizada para tratar cáries, prevenir doenças periodontais e auxiliar no pós-operatório de cirurgias dentárias. Em procedimentos estéticos, contribui para a assepsia da pele e o tratamento de infecções, como evidenciado em estudos clínicos recentes.
Benefícios da Ozonioterapia
Quando administrado de forma segura e precisa, estudos científicos demonstram que o ozônio pode:
· Reduzir inflamações: Estimulando mediadores anti-inflamatórios e reduzindo a produção de prostaglandinas inflamatórias. Bocci (2010)
enfatiza que a modulação da resposta inflamatória é um dos principais mecanismos da ozonioterapia. Podendo ser utilizado em condições como artrite reumatoide e colite ulcerativa, segundo o International Immunopharmacology (2020).
· Combater infecções: Atuando contra diversos microrganismos como bactérias, vírus e fungos. Shah et al. (2021) demonstraram sua eficácia antimicrobiana em diferentes contextos clínicos.
· Melhorar a oxigenação tecidual: A prática aumenta a entrega de oxigênio para os tecidos, favorecendo a regeneração celular, conforme descrito por Re et al. (2008).
· Melhora da capacidade antioxidante: Atua no combate aos radicais livres em excesso e no controle e prevenção dos danos causados pelo estresse oxidativo crônico Bocci (2005).
· Estímulo do reparo tecidual: Ela acelera o processo de cicatrização e reduz infecções em lesões crônicas e úlceras, como demonstrado no Journal of Diabetes Research (2019).
.
É seguro utilizar a Ozonioterapia?
Quando realizada por profissionais qualificados e com equipamentos regulamentados, a Ozonioterapia é segura e bem tolerada. No entanto, altas concentrações de ozônio por vias inadequadas podem ser tóxicas, exigindo rigor nos protocolos de aplicação. Atualmente os conselhos que regulamentam a ozonioterapia são: Odontologia (CFO nº 166/2015), farmácia (CFF nº 685/2020), fisioterapia (COFFITO nº 380/2010), biomedicina (CFBM nº 321/2023), enfermagem (COFEN nº 739/2024), Biologia (CFBio nº 582/2020) e veterinária (CFMV nº 1364/2020). O Conselho Federal de Medicina, através da RES. nº 2.181/2018, trata a terapia com ozônio, procedimento ainda em caráter experimental, devendo ocorrer apenas no ambiente da estudos científicos, conforme critérios definidos pelo Sistema CEP/CONEP.
Se você deseja explorar a ozonioterapia, consulte um profissional
Referências
BOCCI, V. Ozone: A New Medical Drug. Dordrecht: Springer Science & Business Media, 2005.
BOCCI, V. Oxygen-Ozone Therapy: A Critical Evaluation. Dordrecht: Springer, 2010.
BORRELLI, E. et al. Intramuscular oxygen-ozone therapy in the treatment of acute back pain with lumbar disc herniation: a multicenter, randomized, double-blind, clinical trial of efficacy. The Clinical Journal of Pain, v. 34, n. 7, p. 637–645, 2018.
FIORAVANTI, A. et al. Clinical efficacy and tolerability of oxygen–ozone therapy compared to hyaluronic acid in patients with knee osteoarthritis. International Journal of Artificial Organs, v. 35, n. 1, p. 29–36, 2012.
INTERNATIONAL IMMUNOPHARMACOLOGY. Potential clinical applications of ozone therapy in chronic inflammatory diseases. International Immunopharmacology, v. 85, 2020.
RE, L. et al. Ozone therapy: A clinical study on the response of human alveolar cells to oxidative stress. Journal of Applied Toxicology, v. 28, n. 1, p. 116–122, 2008.
SECHI, L. A. et al. Antibacterial activity of ozonized sunflower oil (Oleozon). Journal of Antimicrobial Chemotherapy, v. 47, n. 6, p. 685–690, 2001.
SHAH, M. et al. Ozone therapy: An innovative approach in medicine and dentistry. Biomedical Research International, 2021.
Journal of Diabetes Research. Evaluation of ozone therapy in the management of chronic diabetic ulcers. Journal of Diabetes Research, v. 2019, 2019.