Ozonioterapia no Tratamento da DTM: Ciência, Técnica e Resultados Clínicos

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Ozonioterapia no Tratamento da DTM: Ciência, Técnica e Resultados Clínicos

O que é a DTM e por que seu tratamento é desafiador

A Disfunção Temporomandibular (DTM) é um grupo de distúrbios musculoesqueléticos e articulares que afetam a Articulação Temporomandibular (ATM) e os músculos mastigatórios. Estima-se que entre 5% e 12% da população adulta apresentem DTM diagnosticada, e até 40% manifestem sinais subclínicos.

Os principais sintomas incluem:

  • Dor orofacial e miofascial;

  • Cefaleia tipo tensional;

  • Ruídos articulares (estalos e crepitações);

  • Travamentos e limitação de abertura bucal;

  • Impacto funcional na mastigação, fala e sono.

A etiologia da DTM é multifatorial, envolvendo desde sobrecarga biomecânica (como bruxismo e apertamento) até fatores psicossociais, predisposição anatômica, microtraumas e comorbidades relacionadas à dor crônica.

Quando os tratamentos conservadores não apresentam resultados satisfatórios — especialmente em casos com deslocamento do disco articular sem redução —, é essencial considerar abordagens complementares e baseadas em evidências. Uma das mais promissoras é a artrocentese da ATM associada à ozonioterapia.


Artrocentese com Ozônio: uma abordagem inovadora para sintomas agudos

A artrocentese da articulação temporomandibular é um procedimento minimamente invasivo que promove a lavagem da cavidade articular superior, removendo mediadores inflamatórios e resíduos metabólicos. Essa técnica melhora a lubrificação intra-articular, alivia a dor e restaura a mobilidade mandibular — sendo especialmente indicada em quadros agudos e subagudos.

Segundo o Prof. Dr. Rafael Manfro, doutor em implantodontia, a integração entre artrocentese e ozonioterapia representa um avanço importante no manejo da DTM. O objetivo é potencializar os benefícios da lavagem articular, adicionando ao procedimento as propriedades terapêuticas do ozônio medicinal — seja na forma gasosa ou em água ozonizada.

Essa combinação pode substituir o uso de corticosteroides e otimizar o ambiente intra-articular, promovendo uma recuperação funcional mais previsível.


Como funciona o protocolo de artrocentese com ozônio

O procedimento segue um protocolo clínico estruturado, que combina precisão anatômica, controle técnico e aplicação segura do ozônio em diferentes formas.

1. Marcação precisa

São identificados os pontos anatômicos de acesso à ATM, utilizando referências como o plano de Camper para garantir a exatidão da intervenção.

2. Assepsia rigorosa

A região é higienizada cuidadosamente. Podem ser utilizados produtos específicos, como espuma de limpeza facial ou soluções antissépticas adequadas.

3. Anestesia local

A anestesia é aplicada nos pontos marcados, garantindo conforto e controle durante o procedimento.

4. Dilatação da cápsula articular

Com uma seringa de 5 ml contendo gás ozônio em baixa concentração (10 µg/L), realiza-se uma injeção lenta até observar a distensão da cápsula. Essa dilatação inicial favorece a lavagem posterior e inicia o efeito terapêutico no interior da articulação.

5. Lavagem com água ozonizada

Utiliza-se água ozonizada para irrigar o espaço articular, removendo fluidos inflamatórios e resíduos metabólicos. Essa lavagem contínua melhora o ambiente local e promove redução de mediadores inflamatórios.

6. Remoção cuidadosa e finalização

Após o procedimento, as agulhas são retiradas lentamente, e óleos ozonizados podem ser aplicados sobre o local para auxiliar na regeneração e proteção da pele.


Benefícios da artrocentese associada ao ozônio

A combinação entre a artrocentese tradicional e a ozonioterapia pode proporcionar resultados clínicos superiores, incluindo:

  • Ação anti-inflamatória aprimorada: modulação da resposta inflamatória em nível celular;

  • Alívio da dor mais eficaz: efeito analgésico potencializado;

  • Estímulo regenerativo: melhora da oxigenação e da microcirculação local;

  • Redução do uso de corticosteroides: alternativa segura com menor risco de efeitos colaterais;

  • Melhora funcional acelerada: aumento da amplitude de abertura bucal e redução de ruídos articulares;

  • Procedimento minimamente invasivo: recuperação rápida e menor desconforto pós-operatório.


Considerações clínicas e segurança do procedimento

A artrocentese com ozônio deve ser realizada por profissionais qualificados, com conhecimento profundo da anatomia da ATM e domínio técnico da aplicação intra-articular.

Cirurgiões bucomaxilofaciais e dentistas com expertise em DTM e dor orofacial são os profissionais mais indicados para conduzir o procedimento com segurança e previsibilidade.

Essa abordagem representa um avanço significativo na odontologia integrativa, unindo ciência, tecnologia e evidência clínica em prol do bem-estar do paciente.


Referências científicas

  • Diracoglu D, Saral IB, Keklik B, Kurt H et al. Arthrocentesis versus nonsurgical methods in the treatment of temporomandibular disc displacement without reduction. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radio Endod. 2009; 108: 3-8.

  • Andrade RR, Oliveira-Neto OB, Barbosa LT et al. Effectiveness of ozone therapy compared to other therapies for low back pain: a systematic review with meta-analysis of randomized clinical trials. Rev Bras Anestesiol. 2019; 69:493–501.

  • Nishimura M, Segami N, Kaneyama K, Suzuki T. Prognostic factors in arthrocentesis of the temporomandibular joint. J Oral Maxillofac Surg 2001; 59:874–7.

  • Gjonovich A, Sattin GF, Girotto L et al. Oxygen-ozone therapy compared with other methods. Riv di Neuroradiol. 2001;14 Suppl 1:35–8.

  • Vanni D, Galzio R, Kazakova A et al. Intraforaminal ozone therapy and particular side effects: preliminary results and early warning. Acta Neurochir (Wien). 2016;158:491–6.

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