Ozonioterapia para Dor Musculoesquelética: Uma Análise Científica de Segurança e Eficácia
Descubra a Ozonioterapia como opção terapêutica para dor musculoesquelética. Análise de estudos clínicos, segurança, eficácia e o futuro do tratamento.
O Desafio da Dor Musculoesquelética
A dor musculoesquelética é uma das principais causas de incapacidade no mundo, afetando qualidade de vida de inúmeras pessoas que sofrem com dores na coluna, articulações e tecidos moles e impactando diretamente qualidade de vida, sono, produtividade e participação social. Embora as terapias medicamentosas sejam amplamente utilizadas, como corticosteroides e opioides, elas frequentemente vêm acompanhadas de efeitos colaterais significativos.
Nesse cenário, a busca por abordagens complementares seguras e eficazes tem ganhado destaque. A ozonioterapia para dor é uma técnica que utiliza a injeção de gás ozônio de maneira intra‑articular, periarticular, paravertebral, intramuscular, subcutânea, intradiscal, entre outras, conforme indicação, sendo uma opção promissora para o controle e redução da dor.
A ozonioterapia é uma técnica terapêutica que emprega o gás ozônio (O3) como tratamento complementar para diversas condições, incluindo a dor crônica. A proposta é modular vias inflamatórias e oxidativas envolvidas na dor crônica, além de favorecer o microambiente tecidual para recuperação funcional. A ozonioterapia tem sido utilizada há décadas e é reconhecida por sua segurança e eficácia, com baixo risco de efeitos colaterais graves.
Como a Ciência Avalia a Ozonioterapia
A literatura recente inclui revisões narrativas e sistemáticas, ensaios clínicos e séries observacionais que, em conjunto, sugerem benefício clínico com segurança favorável quando a técnica é padronizada e realizada por profissionais habilitados. Essa revisão crítica de estudos clínicos foi realizada. A pesquisa abrangeu diversas bases de dados renomadas, um total de 249 registros iniciais, 27 estudos foram cuidadosamente selecionados e incluídos na análise, focando em ensaios clínicos que utilizaram a ozonioterapia em adultos para dor musculoesquelética.
Sinal de evidência: as revisões apontam consistência de benefício em curto e médio prazos, sobretudo para lombalgia/discopatia e osteoartrite de joelho, mas também ressaltam a necessidade de padronizar concentrações, volumes, número de sessões e técnicas de aplicação para comparabilidade e metanálises robustas.
Segurança e Eficácia Comprovadas?
A revisão destacou dois pilares fundamentais da ozonioterapia: sua segurança e sua eficácia no controle da dor.
Segurança: Baixa Incidência de Eventos Adversos
No que diz respeito à segurança, os resultados são encorajadores. A maioria dos estudos revisados (77,8%) não relatou eventos adversos. Entre os que reportaram, 14,8% apresentaram eventos leves, 3,7% moderados e 3,7% graves. É importante notar que, entre os eventos graves, nenhum esteve relacionado a óbito ou incapacidade. A maioria dos eventos adversos (18,5%) foi de natureza local, enquanto 3,7% foram sistêmicos, geralmente ocorrendo logo após a administração e desaparecendo rapidamente, devido a capacidade do gás ozônio retornar a sua forma inicial, o oxigênio.
Eficácia: Alívio da Dor Musculoesquelética
Quanto à eficácia, o ozônio medicinal demonstrou ser uma intervenção eficaz no controle da dor musculoesquelética. Os resultados apresentados nos estudos foram clínica e estatisticamente significativos, com a maioria mostrando diferenças favoráveis aos grupos de intervenção com ozônio. Houve uma tendência de alívio da dor desde a implementação e após 6 meses de intervenção, reforçando a necessidade de acompanhamentos mais longos. A Escala Visual Analógica (VAS) foi a ferramenta mais utilizada para medir os desfechos de dor.
Qualidade dos Dispositivos Geradores de Ozônio
Os geradores de ozônio desempenham um papel crucial na segurança e eficácia do gás como opção terapêutica. Esses dispositivos convertem oxigênio em ozônio de maneira controlada. Características construtivas, como materiais resistentes ao ozônio, capacidade de medir a concentração em tempo real (com margem de erro de no máximo ±10%) e sistemas de ventilação confiáveis, são essenciais. A pureza do oxigênio utilizado (mínimo de 99,5%) também é vital para evitar umidade, que compromete a qualidade do ozônio gerado. A revisão, no entanto, notou que 10 dos estudos incluídos não mencionaram o gerador utilizado, um ponto de atenção para a reprodutibilidade
Qualificação dos Profissionais de Saúde
A experiência e a qualificação legal do profissional que pratica a ozonioterapia são mandatórias. A aplicação do ozônio medicinal deve ser realizada por profissionais treinados para minimizar os riscos potenciais relacionados à intervenção.
Ozonioterapia – Uma Opção Promissora
A ozonioterapia médica se mostra uma opção terapêutica segura e eficaz para o controle da dor musculoesquelética, com baixa incidência de eventos adversos, predominantemente leves e locais. A qualificação dos profissionais de saúde e a utilização de equipamentos de ozônio com rigorosos controles de qualidade são fatores essenciais para garantir a segurança e a reprodutibilidade dos resultados. A ozonioterapia representa uma área de pesquisa em crescimento, com grande potencial para melhorar a qualidade de vida de pacientes com dor musculoesquelética.
Referencias:
Updated Review on Ozone Therapy in Pain Medicine. Frontiers in Physiology, 2022.
Disponível em: https://www.frontiersin.org/journals/physiology/articles/10.3389/fphys.2022.840623/full
The role of ozone treatment as integrative medicine: an evidence and gap map. Frontiers in Public Health, 2022.
Disponível em: https://www.frontiersin.org/journals/public-health/articles/10.3389/fpubh.2022.1112296/full
Artigo publicado: Medical Ozone as a Therapeutic Option in Musculoskeletal Pain Control: A Critical Review of Clinical Trials Considering Safety and Quality Indicators for Procedures and Devices. Yale Jounal – 2024 – Lila T. de Araújo.
Caminho do artigo publicado: “G:\Assessoria Científica\Artigos Ozonioterapia\PIP O3\Artigos 2024\Medical Ozone as a Therapeutic Option in Musculoskeletal Pain Control – MASINI – 2024.pdf”