O ozônio (O3) possui papel fundamental na ativação e estimulação do sistema imunológico, é devido a esta e muitas outras características que a Ozonioterapia está sendo amplamente utilizada como terapêutica complementar em casos de Neoplasias Malignas, Doenças auto-imunes como a Artrite Reumatóide, Doenças infecciosas e Inflamações crônicas.
Mas de que forma o poder do ozônio ativa e estimula o sistema imunológico?
O poder do Ozônio no Sistema Imunológico
Inúmeros autores como Smith et al. (2017), estudaram o mecanismo de ação do O3, a fim de proporcionar um maior entendimento sobre a ação desta molécula sob ponto de vista bioquímico. Desta forma, foi observado in vivo que a terapia com ozônio demonstrou ter efeitos multifacetados ao interagir com o os ácidos graxos poli-insaturados (PUFA) e água presentes no plasma sanguíneo e no fluído intersticial. Como afirmado anteriormente, o ozônio reage com PUFA resultando na formação de antioxidantes, peróxido de hidrogênio (H2O2) e compostos de peroxidação variados.
Dessa forma, os autores verificaram que o H2O2 se difunde rapidamente nas células imunes e desempenha uma função reguladora na transdução de sinais, facilitando assim uma infinidade de respostas imunológicas. Mais especificamente, observam-se aumentos significativos nos níveis de interferon, fator de necrose tumoral e interleucina-2 (IL-2). É importante destacar que o aumento da produção da IL-2 desencadeia mecanismos de resposta imune. Ademais, o H2O2 ativa tanto o fator nuclear B (NF-kappab) quanto o fator de crescimento transformador beta (TGF-beta), o que amplifica a liberação de citocinas em ativação imunológica e aumenta a remodelação tecidual.
Ao se abordar a imunoestimulação, é comum observar baixas concentrações de O3, o que sugere a inibição da síntese de prostaglandinas, bem como a liberação de bradicinina e o aumento das secreções de macrófagos e leucócitos. Segundo Tiwari et al. (2017) e Elvis e Ekta (2011), o ozônio administrado em concentrações entre 30 e 55mcg/cc causa o maior aumento na produção de interferon, além da produção elevada de fator de necrose tumoral e interleucina-2. Esse último hormônio desencadeia uma série inteira de reações imunológicas subsequentes, corroborando com os resultados constatados no estudo mencionado anteriormente.
Além dos efeitos mencionados, o ozônio também afeta diretamente outras funções biológicas (bioenergéticas). Por exemplo, ele contribui para a ativação de processos aeróbicos, como a glicólise, o ciclo de Krebs e a beta-oxidação de ácidos graxos. Além disso, estimula a produção de vasodilatadores, como o óxido nítrico, e ativa o mecanismo de síntese de proteínas, aumentando a quantidade de ribossomos e mitocôndrias nas células. Em suma, tudo isso eleva a atividade funcional das células e seu potencial de regeneração tecidual.
ELVIS, A. M.; EKTA, J. S. Ozone therapy: A clinical review. J Nat Sci Biol Med, Mumbai, v.2, n.1, p.66-70, 2011.
SMITH, N. L. et al. Ozone therapy: an overview of pharmacodynamics, current research, and clinical utility. Med Gas Res., Mumbai, v.7, n.3, p.212-219, 2017.
TIWARI, S. et al. Dental applications of ozone therapy: A review of literature. Saudi J Dent Res., Amsterdam, v.8, n.1-2, p.105-111, 2017.