A cirurgia ainda é o tratamento de escolha para hérnia de disco sintomática após tratamento conservador. No entanto, vários estudos já apontam o potencial da infiltração de ozônio nesta patologia como terapia para hérnia discal.
Segundo um estudo realizado em 2010, a dor lombar associada à hérnia discal é a sexta doença mais comum, contribuindo para a carga global de doenças e reduzindo significativamente a qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.
O objetivo do estudo de Clavo et al. (2021) foi comparar a infiltração de ozônio intradiscal com a cirurgia.
Para o estudo randomizado, duplo-cego e controlado foram selecionados pacientes em lista de espera para cirurgia de hérnia de disco. Havia três grupos de tratamento:
1. Cirurgia;
2. Infiltração intradiscal de ozônio (mais infiltração foraminal de ozônio, esteróides e anestésico);
3. Infiltração intradiscal de oxigênio (mais infiltração foraminal de oxigênio, esteróides e anestésicos).
Cinco anos após o tratamento do último paciente recrutado (mediana de acompanhamento: 78 meses), a necessidade de nova cirurgia foi de 20% para pacientes do grupo ozônio e 60% para pacientes do grupo oxigênio. 11% dos pacientes inicialmente tratados com cirurgia também necessitaram de uma segunda cirurgia. Comparado ao grupo cirurgia, o grupo ozônio apresentou:
1) número de dias de internação significativamente menor: mediana de 3 dias (intervalo interquartil: 3-3,5 dias) vs. 0 dias (intervalo interquartil: 0-1,5 dias), p = 0,012;
2) custos significativamente mais baixos: mediana de EUR 3.702 (intervalo interquartil: EUR 3.283-7.630) vs. EUR 364 (intervalo interquartil: EUR 364-2.536), p = 0,029.
Em suma, os autores concluíram que as infiltrações de ozônio intradiscal diminuíram os requisitos para cirurgia convencional, resultando em menor tempo de hospitalização e custos associados. Esses achados e sua magnitude são de interesse para pacientes e prestadores de serviços de saúde.
Referência:
Artis AS, Aydogan S, Sahin MG. The effects of colorectally insufflated oxygen-ozone on red blood cell rheology in rabbits. Clin Hemorheol Microcirc. 2010;45(2-4):329-36. doi: 10.3233/CH-2010-1316. PMID: 20675916.