A Ozonioterapia é uma pseudociência?

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Ozonioterapia e Pseudociência 

Assim, o ambiente de nossas células, cuja produção de energia está diretamente ligada à queima de oxigênio, pode ser mediado por defesas comuns provavelmente ligadas a via de sinalização mediada por NRF-2.

O NRF-2 é uma proteína que se constitui como um caminho bioquímico crítico para a saúde, sendo uma importante via para o aumento das defesas antioxidantes do corpo. Esta proteína é capaz de influenciar a expressão genética e a transcrição de outras proteínas. Dentre elas estão as enzimas antioxidantes, que protegem o corpo contra o estresse oxidativo crônico, danos e inflamação.

Inúmeros estudos como o de Galiè et al. (2019) mostram que a exposição a baixas concentrações de Ozônio para fins terapêuticos atua na via NRF-2. Inclusive, os autores sugerem que esta ativação do NRF-2 é um fator chave para a eficácia dos tratamentos com O2-O3. Assim, a Ozonioterapia exerce efeitos positivos, especialmente em doenças que apresentam estresse oxidativo e inflamação como eventos etiopatológicos primários.

Após muitos anos de estudo, o tratamento de ozônio pode ser melhor definido como um recurso para apoiar nosso corpo e preveni-lo, e não como uma terapia médica. Isso não significa que o ozônio não possa ser um complemento fundamental para a farmacoterapia e cirurgia, muito pelo contrário, é uma ajuda excelente tanto para favorecer a ação das drogas como para a redução dos efeitos colaterais inevitáveis.
Apesar de tantos estudos, pesquisas e artigos, ainda há obstáculos para sua disseminação mais ampla.

Sabemos que a adaptação celular ao estresse oxidativo é modulada com sucesso por um incrível mecanismo intracelular: o NRF-2; mas percebemos que até hoje há pouca credibilidade.

Até o momento podemos encontrar pelo menos 57.392 artigos no “PubMed” que contém o termo “Nrf-2”, dos quais 45.091 com a palavra-chave “Estresse Oxidativo”, 1.328 com o termo “Ozônio” e 100 com “Terapia de Ozônio”.

Os números acima demonstram definitivamente que o estresse oxidativo moderado, e ozônio em particular, é capaz de modular a atividade NRF-2.

A Ozonioterapia pode ser considerada uma aliada estratégia da medicina ortodoxa, principalmente no caso de doenças raras que ainda necessitam de tratamentos farmacológicos adequados.

Discordamos completamente dos pensamentos de que o ozônio é sempre tóxico, deixando de lado as bases mais simples da toxicologia e fisiologia humana com total desrespeito pelo avanço do conhecimento, por isso considerar a ozonioterapia pseudociência está na seara da desinformação e falta de acompanhamento da evolução desta terapia ao longo de suas evidências já bastante divulgadas e acessíveis.                 

Referência:

Re L. Ozone in Medicine: Alguns Pontos de Reflexão. Front Physiol. 2022 Feb 23;13:842229. doi: 10.3389/fphys.2022.842229

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