O primeiro uso registrado em larga escala do ozônio como agente terapêutico ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial, quando foi utilizado para desinfetar e cicatrizar feridas de soldados. Desde então, a Ozonioterapia cresceu em escala e aplicabilidade, desenvolvendo-se como prática viável e despertando interesse entre profissionais e pesquisadores em diversas áreas da saúde. Mas na neurologia, a Ozonioterapia ainda é pouco explorada, se comparada a outras áreas.
Masan, Sramka e Rabarova (2021) conduziram uma revisão abrangente com o objetivo de aprofundar o entendimento das possibilidades dessa terapia na neurologia. A análise revisita a literatura mais recente sobre seu uso no tratamento de doenças neurológicas, explorando os processos biofísico-químicos do ozônio e suas diversas opções de aplicação e técnicas.
Dessa forma, esta revisão oferece uma perspectiva abrangente sobre os benefícios da Ozonioterapia na neurologia, propondo uma análise aprofundada dos métodos aplicados, contribuindo significativamente para a compreensão e evolução do conhecimento e da saúde.
Exploração do Potencial e Aplicação Clínica da Ozonioterapia
A Ozonioterapia, com seu impacto distintivo no corpo humano, destaca-se como campo de estudo na neurologia. Com diagnósticos graves que têm implicações substanciais na saúde, a busca por novas abordagens eficazes é crucial para evoluir em prognósticos e qualidade de vida do paciente. A capacidade de atuação sistêmica do ozônio abrange inúmeras partes do corpo, influenciando a produção de substâncias reguladoras da homeostase, inflamação, cicatrização e regeneração celular, mostrando-se um tópico de interesse para avanços em casos neurológicos.
Um dos pontos de investigação é a capacidade de aumento do fluxo de oxigênio no sistema circulatório, potencializando a atividade da fosfofrutoquinase, crucial para a quebra da glicose e produção de energia. Simultaneamente, atua ampliando a liberação de prostaciclinas (PGI2) e angiopoietinas, melhorando quadros de vasculopatia isquêmica, além de modular processos no sistema imunológico, fortalecendo a resposta imune e aumentando moléculas anti-infecciosas e anti-inflamatórias.
Apresenta marcante modulação neuromunomoduladora, ativando o sistema nervoso central e periférico, promovendo a regeneração e reparação neuronal através da atuação sobre NF-κB e TGF-β, facilitadores para a liberação de citocinas, fortalecendo a resposta imune e acelerando a cicatrização na região.
Também modulando a liberação de metaloproteinases, enzimas que desintegram a matriz extracelular, facilitando o processo de migração e diferenciação das células-tronco, desempenhando papel crucial na regeneração eficiente e possibilidade de potencializar a reabilitação após danos neurológicos. Associado à ativação da via Nrf2, promove resposta adaptativa ao estresse oxidativo moderado, expressando enzimas antioxidantes e proporcionando uma base sólida para o efeito neuroprotetor.
Conclusão
Masan, Sramka e Rabarova (2021) apontam que a Ozonoterapia se mostrou um método de tratamento com amplas aplicações na saúde e na neurologia, destacando-se pela versatilidade ao atuar em vários alvos moleculares e modular diversas condições patológicas.
A mistura de oxigênio-ozônio no tratamento de doenças neurológicas encontra respaldo em evidências científicas. Embasando a atuação adaptativa e protetora, fortalecendo as defesas antioxidantes e promovendo processos regenerativos e reparadores essenciais para a saúde cerebral. Assim, é imperativo que mais pesquisas sejam feitas para que mais possibilidades se abram.
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Referências:
MASAN, Jan; SRAMKA, Miron; RABAROVA, Daria. The possibilities of using the effects of ozone therapy in neurology. Neuro Endocrinology Letters, v. 42, n. 1, p. 13-21, 2021.