fbpx

O Ozônio Agindo no Sangue Humano Produz uma Relação Dose-resposta Hormética

O Ozônio Agindo no Sangue Humano Produz uma Relação Dose-resposta Hormética

Ozônio no sangue humano produz uma relação dose-resposta hormética

O ozônio (O3) é uma molécula composta por três átomos de oxigênio, conhecida por seu alto potencial oxidante. A ozonioterapia caracteriza-se como bio-oxidativa e paradoxal por induzir a transcrição de muitos elementos da resposta antioxidante no corpo, entre outras atividades. Para esclarecer o mecanismo de ação do ozônio, Bocci, Zanardi e Travagli (2011) realizaram um estudo para analisar por que o ozônio pode ser clinicamente útil quando dissolvido no sangue ou em outros fluidos biológicos.

Ao misturar sangue com um oxidante como o ozônio, ocorre um estresse oxidativo calculado e preciso, isto é, uma mudança homeostática com a produção de mensageiros altamente reativos. O estresse oxidativo, como muitos outros, induz uma resposta biológica levando a um fenômeno adaptativo. O objetivo dessa resposta é universal, de bactérias a plantas e mamíferos, pequenas tensões repetitivas induzem uma resposta de adaptação extremamente útil representada pelo renascimento de mecanismos críticos de defesa.

Como já citado, em termos de potencial de oxidação (E°), o ozônio (2,07 V) é o terceiro maior oxidante depois dos radicais flúor (3,06 V) e hidroxila (2,80 V). Além disso, o O3 possui um número par de elétrons na órbita externa e, embora não seja uma molécula radical, é muito mais reativo do que oxigênio (O2) gerando rapidamente algumas Espécies Reativas de Oxigênio (ROS). É muito instável e a 20 ° C, com meia-vida de cerca de 40 minutos, decompõe-se em O2.

Por quase 30 anos, a ozonioterapia foi utilizada na Alemanha apenas por profissionais que, por meio de procedimentos empíricos, despertaram ceticismo e preconceito entre os cientistas clínicos acadêmicos. No entanto, nas últimas duas décadas, com o desenvolvimento de modernos geradores de ozônio que podem medir com precisão a concentração de ozônio em um determinado volume de gás, tornou-se possível estudar detalhadamente as reações entre o ozônio e o sangue humano. Foi esclarecido que a toxicidade do ozônio depende de sua dose e que as doses de ozônio podem ser neutralizadas pelas defesas biológicas.

O sangue contém cerca de 55% de plasma e cerca de 45% de células, a maior parte das quais é representada por eritrócitos. A composição do plasma é complexa, mas, em resumo, contém: cerca de 92% de água; íons dissolvidos como HCO3 – que regula o pH na faixa de 7,3-7,4; moléculas hidrofílicas (glicose, ácido úrico, ácido ascórbico, cisteína e outros aminoácidos) e lipofílicas (bilirrubina, vitamina E, carotenóides, licopeno); cerca de 5 mg de lipídeos (triglicerídeos, colesterol, fosfolipídios e lipoproteínas); proteínas, entre as quais albumina (4,5 g / dl), fibrinogênio e globulinas, fatores de coagulação e hormônios.

Dentre as principais funções plasmáticas, destaca-se a atividade antioxidante realizada por uma variedade de moléculas como ácido úrico, ácido ascórbico (Aa), GSH, os compostos lipofílicos mencionados, bem como albumina.

As reações bioquímicas do ozônio com o sangue acontecem assim que a mistura oxigênio-ozônio se dissolve na água do plasma, visto que o ozônio é cerca de dez vezes mais solúvel que o oxigênio. Assim, reage instantaneamente com antioxidantes hidrofílicos. Ao mesmo tempo, o ozônio restante realiza a peroxidação dos ácidos graxos poli-insaturados (PUFA) disponíveis, que representam um substrato eletivo e são principalmente ligados à albumina. A peroxidação de n6 PUFA leva à formação de H2O2 (peróxido de hidrogênio) e 4-hidroxi2E-nonenal (4-HNE), enquanto n-3 PUFA leva à formação de 4-hidroxi-2E-hexenal (4-HHE)

Portanto, dentro de 5 minutos, o ozônio está totalmente extinto com uma pequena depleção de antioxidantes hidrossolúveis e o aumento plasmático simultâneo de Espécies Reativas de Oxigênio (ROS) e Produtos de Oxidação lipídica (LOP).

A concentração das Espécies Reativas de Oxigênio como o peróxido de hidrogênio (H2O2), embora pequena, é suficiente para desencadear várias reações bioquímicas cruciais sem toxicidade, porque o ambiente interno da célula contém uma grande quantidade de anti-oxidantes como GSH, tioredoxina, catalase e GSH-Px, que não permitem um aumento perigoso à integridade celular.

Assim, a ozonização terapêutica modifica apenas temporariamente e reversivelmente a homeostase redox celular, comprovando a segurança do ozônio. Em resumo, a interrupção inicial da homeostase devido à oxidação do ozônio é seguida pelo rápido restabelecimento da homeostase com duas vantagens principais: a primeira é o valor de desencadear várias reações bioquímicas nas células sanguíneas e a segunda mediada por compostos da LOP, a indução de um processo adaptativo devido à regulação positiva das enzimas antioxidantes.

O ozônio ainda age sobre as células sanguíneas, nos eritrócitos, atua melhorando a circulação sanguínea e o fornecimento de oxigênio ao tecido isquêmico devido ao efeito combinado de óxido nítrico (NO) e monóxido de carbono (CO) e aumento do nível intra-artrocítico de 2,3-DPG. Melhorando a entrega de oxigênio, aumenta também o metabolismo geral. Nos leucócitos, foi verificado que a atividade fagocitária dos neutrófilos foi aprimorada durante a ozonioterapia. Embora o ozônio seja um indutor muito modesto de algumas citocinas, o consequente efeito imunomodulador pode ser útil em pacientes imunodeprimidos após quimioterapia ou em doenças infecciosas crônicas. Deve ficar claro que o ozônio em si não pode existir na circulação e, além disso, devido à potente capacidade antioxidante do plasma, é incapaz de matar quaisquer patógenos in vivo, enquanto um sistema imunológico ativado pode ser útil. Portanto, o O3 ainda induz uma ativação leve do sistema imunológico e aumenta a liberação de fatores de crescimento das plaquetas.

Os autores ainda ressaltam as respostas não apenas biológicas, mas também clínicas, que devem ser levadas em consideração ao usar a ozonioterapia em patologias bastante diferentes, como doenças cardiovasculares, doenças autoimunes ou ortopédicas. A resposta à dose hormética parece ser útil para descrever a resposta farmacológica dupla desencadeada pelo ozônio, basicamente atuando como um pró-medicamento.

Outro aspecto interessante observado em cerca de em muitos pacientes é uma sensação de bem-estar e energia física ao longo da auto-hemoterapia com ozônio. Ainda não se sabe se esses sentimentos se devem ao poder dos mensageiros de ozônio gerados, que podem modificar ou melhorar a secreção hormonal. Por outro lado, o sentimento da euforia pode ser devido à oxigenação aprimorada ou/e à secreção aumentada do hormônio do crescimento, ACTH-cortisol e desidroepiandrosterona. Além disso, quando a LOP atinge a área hipotalâmica, pode melhorar a liberação de serotonina e endorfinas, como foi observado após intenso exercício dinâmico.

O termo Hormese é definido como uma resposta adaptativa das células e dos organismos a um estresse moderado (normalmente intermitente), nesse conceito uma mesma substância ou composto em baixas doses, pode mostrar um efeito estimulatório ou benéfico ao organismo exposto, e em altas doses pode mostrar efeito inibitório ou tóxico. Esta inversão de resposta é dita bifásica, ao contrário da resposta monofásica usual (aumentando-se a dose, aumenta-se o efeito tóxico).

Segundo o estudo, existe um amplo consenso sobre a relevância da indução de moléculas protetoras durante o leve estresse oxidativo, porém repetido ocasionado por exemplo, pela auto-hemoterapia com o O3. Em outras palavras, o conceito de que um estresse oxidativo controlado com precisão pode fortalecer as defesas antioxidantes é bem aceito hoje. Além disso, como ocorre para os traços fisiológicos mencionados de outros gases, a pequena quantidade de ozônio necessária para desencadear efeitos biológicos úteis está alinhada com o conceito da teoria da Hormese.

Os autores concluíram que existe uma relação dose-resposta como um modelo hormético em forma de U invertido com uma breve falta de efeito inicial devido à potência dos antioxidantes no sangue. Assim, o  ozônio no sangue e sua resposta hormética nas doses e concentrações adequadas atua como um modificador da resposta biológica e um indutor antioxidante.

BOCCI, V. A.; ZANARDI, I; TRAVAGLI, V. Ozone acting on human blood yields a hormetic dose-response relationship. J Transl Med, London, v.9, n.66, p.1-11, 2011.

ACESSE O CONTEÚDO COMPLETO AQUI

Share:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no pinterest
Pinterest
Compartilhar no linkedin
LinkedIn

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Blog Philozon

Postagens relacionadas

Olá! Preencha os campos abaixo para iniciar a conversa no WhatsApp

Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade.

O FORMULÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

 Em breve um consultor entrará em contato com você.

SUA AVALIAÇÃO FOI ENVIADA COM SUCESSO!

SUA DOCUMENTAÇÃO FOI ENVIADA COM SUCESSO

Por gentileza, informar seu consultor que o cadastro foi realizado.