Ozônio na Medicina – Avaliação Clínica e Classificação de Evidências das Aplicações Sistêmicas de Ozônio

Ozônio na Medicina – Avaliação Clínica e Classificação de Evidências das Aplicações Sistêmicas de Ozônio

Ozônio na Medicina: Avaliação Clínica e Classificação de Evidências das Aplicações Sistêmicas de Ozônio, Auto-hemoterapia e Insuflação Retal, de acordo com os Requisitos para Medicina Baseada em Evidências

Atualmente, a terapia com baixas doses de ozônio medicinal apresenta farmacologia baseada em literatura bem fundamentada, publicada internacionalmente, e é entendida como um componente complementar que promove benefícios no tratamento de inúmeras patologias como: doenças ou condições inflamatórias crônicas, doenças vasculares inflamatórias, artrite reumatóide e feridas mal cicatrizadas.  

Décadas de experiência, pesquisa básica sobre reatividade, concentração e efeitos dependentes da dose do ozônio medicinal e um número considerável de estudos clínicos e estudos de caso, finalmente, acumularam-se na formulação de diretrizes. Assim, as aplicações da ozonioterapia foram otimizadas e padronizadas, tornando-se um método de tratamento eficaz e de baixo risco. 

Hoje, milhares de publicações sobre ozonioterapia podem ser encontradas em bancos de dados médicos relevantes, e a demanda por classificação e incorporação no contexto da Medicina Baseada em Evidências está crescendo. O conceito racional básico da Medicina Baseada em Evidências (MBE) consiste em estabelecer a melhor estratégia de tratamento possível para os pacientes. 

Na revisão sistemática realizada por Viebahn-Hänsler, Fernández e Fahmy (2016), as duas formas mais importantes de aplicação sistêmica do ozônio, auto-hemoterapia maior com ozônio (AHM) e insuflação retal (IR), foram avaliadas quanto à segurança e efeitos adversos, a fim de verificar se a ozonioterapia aplicada nestas vias pertence à Medicina Baseada em Evidências. 

Foram incluídos na revisão todos os dados de estudos clínicos e estudos de caso sobre a auto-hemoterapia maior com ozônio e insuflação retal ou uma combinação de ambos. Os estudos em células e animais e aqueles que tomam outras formas de aplicação, como a auto-hemoterapia menor, que induz um mecanismo ativo completamente diferente devido à sua forma de administração intramuscular, foram excluídos.  Eventos adversos (efeitos colaterais) e reações adversas foram pesquisados em todos os bancos de dados, também sem limitações quanto ao tempo ou ao conteúdo.

Para a auto-hemoterapia maior com ozônio, foram obtidos 65 estudos das bases de dados. Após a aplicação dos critérios de exclusão e inclusão e dupla eliminação, restaram 21 estudos clínicos ou estudos de caso. Desta forma, no total foram tratados 881 pacientes, dos quais 577 receberam a AHM, correspondendo a mais de 11.207 tratamentos com ozônio e 299 pacientes foram utilizados como grupos de controle.

A pesquisa bibliográfica de insuflação retal resultou em 34 publicações, após dupla eliminação e aplicação de critérios de exclusão e inclusão, restaram 13 estudos clínicos e estudos de caso para avaliação posterior. No total, 716 pacientes de 966 foram designados para aplicação de ozônio retal com um total de mais de 46.984 tratamentos. 

Todos os estudos incluídos na revisão mostraram melhoras clínicas e/ou farmacológicas estatisticamente significativas, sem efeitos colaterais ou reações adversas. Os autores ressaltaram a importância da manutenção da higiene ao trabalhar com sangue e ao uso de materiais resistentes ao ozônio e biocompatíveis. Como resultado das evidências avaliadas na revisão, as duas aplicações sistêmicas de ozônio, a auto-hemoterapia maior e insuflação retal, são consideradas parte da medicina baseada em evidências. Além disso, ambas as aplicações são eficazes, seguras e econômicas.   

VIEBAHN-HÄNSLER, R.; FERNÁNDEZ, O. S. L.; FAHMY, Z. Ozone in Medicine: Clinical Evaluation and Evidence Classification of the Systemic Ozone Applications, Major Autohemotherapy and Rectal Insufflation, According to the Requirements for Evidence-Based Medicine. Ozone Sci Eng, Chelsea, v.38, n.5, p.322-345, 2016.

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